O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que nascia tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos, o rio foi tomando volume e, bem mais adiante, dividiu-se em dezenas de cachoeiras, num espectáculo de águas. O som das águas atraiu o viajante, que foi descendo pelas pedras ao lado de uma das cachoeiras. Ali, finalmente descobriu uma gruta. Com paciência, a natureza criara caprichosas formas. O viajante foi entrando e admirando as rochas gastas pelo tempo. De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. "Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura e delicadeza. Onde a dureza só faz destruir, e a suavidade consegue esculpir". Assim também acontece na vida. Muitas vezes agimos de maneira agressiva e violenta com as dificuldades que aparecem. Se nos abandonarmos nas mãos de Jesus e deixar que Ele coloque a mão sobre as tormentas do nosso dia-a-dia, sentiremos a suavidade do seu Amor e a docilidade de Nossa Senhora direccionando todo o nosso caminho. |
Conta-se que havia uma jovem que tinha tudo, um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida.
O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo o tempo e ela estava sempre em dívida em alguma área. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos, se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido...
E assim, as pessoas que ela amava eram deixadas para depois até que um dia, o seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente:
Uma flor muito rara, da qual só havia um exemplar em todo o mundo.
O pai entregou-lhe o vaso com a flor e disse-lhe: filha, esta flor vai ajudar-te muito mais do que imaginas!
Terás apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, e, às vezes, conversar um pouquinho com ela. Se assim fizeres, ela enfeitará a sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.
Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava a casa, e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava à frente.
Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou a casa e levou um susto!
A planta, antes exuberante, estava completamente morta, as suas raízes estavam ressequidas, as suas flores murchas e as folhas amareladas.
A jovem chorou muito, e contou ao pai o que havia acontecido.
O pai então respondeu: eu já imaginava que isso aconteceria, e, infelizmente, não posso dar-te outra flor, porque não existe outra igual a essa. Ela era única, assim como os seus filhos, o seu marido e a sua família.
Todos são bênçãos que o senhor lhe deu, mas tens que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.
Habituaste-te a ver a flor sempre lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e te esqueceste de cuidar dela.
Por fim, o pai amoroso e sábio concluiu:
Filha! Cuida das pessoas que amas!
E você, tem cuidado das flores raras que Deus lhe empresta, em forma de filhos, esposa, esposo, irmãos e outros familiares?
Lembre-se sempre que seus amores são flores únicas que lhe compete cuidar.
Problemas surgem. O trabalho pode ser feito mais tarde. Compromissos sociais podem ser adiados, mas os filhos dependem dos seus cuidados constantes para que não venham a desaparecer.
Cada pessoa é uma flor única...
Não há no universo outra igual...
O Divino cultivador as deposita no nosso lar, confiando-as aos nossos cuidados.
E para que essas flores raras possam perfumar sempre o ambiente, oferecendo-nos a sua beleza, é preciso que as podemos de vez em quando, e as reguemos todos os dias com gotas de afecto e compreensão.
. NETOS