Por que não sonhar
Se viver é tão difícil?
Sonhar sempre
Sempre sonhar,
Este é o meu ofício.
Sonhar com a música dos anjos,
Com uma amizade encontrada,
Com a esperança perdida
E finalmente arrebatada.
Sonhar com vozes queridas,
Com o espaço profundo,
Com palavras bem ditas,
E a paz em todo o mundo.
Sonhar com uma sereia,
Com o riso em todo o corpo,
Com o bater das ondas n'areia
E saber que não se está morto.
Sonhar em soltar as amarras,
Com a total liberdade,
Com a falta de limites,
E muita felicidade.
Sonhar com um jardim,
Com um país ou uma cidade
Com o sol iluminado,
E a chuva refrescante.
Sonhar que se pode sonhar.
Sonhar que se pode sorrir.
Sonhar com o seu sonho.
Sonhar que se pode viver.
Sonhar que se pode amar.
Quase sempre acreditamos que as crianças não entendem o que acontece ao seu redor. Tomamos decisões, inclusive a respeito de suas próprias vidas, sem nos importar com seus sentimentos. Assim acontece nas separações conjugais, em que se decide com quem ficarão os filhos. Assim é quando se decide mudar de residência e até mesmo quando se opta por transferi-los de uma para a outra escola. No entanto, as crianças estão atentas e percebem os acontecimentos muito mais do que possamos imaginar. A jornalista Xiran que, apesar do regime de opressão e abandono que viveu na China, manteve um programa de rádio, em nanquim, conta uma história singular, em seu livro: As boas mulheres da China. Havia uma jovem que se casou com um rapaz muito culto e de projecção política na china. Durante três anos, pelo seu status, ele foi estudar em Moscou. Ela viveu anos de felicidade ao seu lado. Um casamento que foi abençoado com dois filhos. "Era uma mulher de sorte", comentava-se. Então, exactamente no momento em que o casal se alegrava com o nascimento do segundo filho, o marido teve um ataque cardíaco e morreu, repentinamente. No final do ano seguinte, o filho mais novo morreu de escarlatina. Com o sofrimento causado pela morte do marido e do filho, ela perdeu a coragem de viver. Um dia, pegou o filho que restava e seguiu para a margem do rio Yangtsé. Seu intuito era se unir ao marido e ao bébéna outra vida. Parada à beira do rio, ela se preparava para se despedir da vida, quando o filho perguntou, inocentemente: "nós vamos ver o papai?" Ela levou um choque. Como é que uma criança de 5 anos podia saber o que ela pretendia fazer? E perguntou: "o que é que você acha?" Ele respondeu: "é claro que vamos ver o papai! Mas eu não trouxe o meu carrinho de brinquedo para mostrar para ele!" Ela começou a chorar. Nada mais perguntou. Deu-se conta de que ele sabia muito bem o que ela pretendia. Compreendia que o pai não estava no mesmo mundo que ele, embora não fizesse uma distinção muito clara entre a vida e a morte. As lágrimas reavivaram nela o instinto materno e o senso de dever. Tomou o filho no colo e, deixando a correnteza do rio levar a sua fraqueza, retornou para sua casa. A mensagem de suicida que tinha escrito foi destruída. Enquanto fazia o caminho de volta ao lar, o menino tornou a perguntar: "e então, não vamos ver o papai?" Procurando engolir o pranto, ela respondeu: "o papai está muito longe. Você é pequeno demais para ir até lá. A mamãe vai ajudá-lo a crescer, para que você possa levar para ele mais coisas. E coisas muito melhores." Depois disso, ela fez tudo o que uma mãe sozinha pode fazer para dar ao filho o melhor. As crianças não são tolas. E muito mais do que possamos imaginar permanecem atentas, em especial a tudo que lhes diga respeito. Percebem os desentendimentos conjugais, as dificuldades domésticas, a ponto de ficar enfermas. Por tudo isso, preste mais atenção ao seu filho. E, sobretudo, fale com ele sobre dificuldades e sobre as soluções possíveis. Não o deixe crescer ansioso e triste. Ajude-o a viver no mundo, seguro e firme. |
Se precisar de descanso, não descanse mais do que o necessário,
Porque ferro parado enferruja, água estagnada apodrece...
E além disso, talvez, mais tarde, falte tempo para terminar a tarefa da existência....
E é trágico demais morrer inacabado.
Se for alegre e feliz, não ria alto demais, para que a sua gargalhada não vá tornar mais doloroso o gemido de alguém na casa ao lado.
Se, nas dores, soluçar, faça-o baixinho, bem no fundo, bem lá dentro, para não apagar algum sorriso no semblante de alguém, no andar de cima.
Se escorregar na estrada da existência e até mesmo cair mais de uma vez, não fique deitado no solo, clamando o destino, porque lhe falta muito caminho por andar e, além disso, só vai atrapalhar a passagem dos outros que podem tropeçar no seu corpo caído...
E se é triste cair, muito mais triste ainda é levarmos alguém na nossa queda.
Se, algum dia, perder o seu controlo e der razão ao grito, à cólera, à revolta, com ganas de quebrar o mundo ao seu redor, não rebente com tudo, porque atrás de si, vem muita gente ainda que deseja encontrar o mundo inteiro e belo.
Se encontrar a semente do raro arbusto da FELICIDADE, não vá plantá-lo no seu quintal todo cercado, mas sim ao lado de um caminho frequentado para que muitos possam descansar à sua sombra e comer dos seus frutos sem pagar.
Mas se encontrar apenas o caminho que leva a esta árvore bendita, não vá por ele sozinho: fique alerta e de pé, à entrada dele, com um braço estendido assim... como uma flecha, dizendo:
FELICIDADE, AMIGO?...VENHA POR AQUI!
Não se incomode de ficar por último porque todo o que passar à sua frente vai dizer:
"Obrigado" e dar-lhe um bom sorriso.
E quando, enfim, chegar, depois de todo condecorado, iluminado de sorrisos recebidos, verá que os outros estarão à sua espera para que entre primeiro.
. NETOS